Minas tem montanhas, rios, estações ferroviárias e cidades que contam sua história há séculos. Marcante nesse universo, Jequitibá atrai a atenção de todos que apreciam o belo, a natureza, a típica culinária, o jeito acolhedor de sua gente, única e especial no Brasil. Assim é a Capital Mineira do Folclore, onde mineiros e brasileiros se encontram e se tornam, naturais ou por adoção, filhos e filhas de Jequitibá. Assim começa a terceira e última parte da série especial de reportagens “Jequitibá no olhar dos turistas.”
As primeiras impressões são, não por coincidência, as mais fortes e marcantes no olhar do jornalista Celso Martinelli, editor do Jornal Sete Dias. O que ele destaca? Adivinhe! “O Festival do Folclore é uma mescla de manifestações artísticas e parte integrante da cultura de um povo”, destaca.
Acaso recebesse hoje a visita de um turista de outro estado, o que mostraria à pessoa em Jequitibá? À indagação proposta, o jornalista responde sem vacilar. “Certamente a Lagoa Pedro Saturnino, localizada no centro da cidade. Faz lembrar muito a Lagoa Paulino, de Sete Lagoas. Também mostraria o Rio das Velhas, esse gigante que passa pela cidade e tem sua beleza e grande importância para a vida de diversos municípios”, aponta.
Profunda conhecedora dos atrativos turísticos de Minas Gerais, Mariela Janice França Teodoro, turismóloga, consultora em Turismo e Hotelaria, professora universitária e atual vice- presidente e gestora da Associação Turística Circuito das Grutas se encanta por Jequitibá. O motivo? Muitos. Mas ela apresenta um que basta. “A cultura local. O folclore na sua mais autêntica expressão através das guardas de congo, pastorinhas…”, exclama.
Além do famoso Festival de Folclore, realizado anualmente há 32 anos, Mariela França se encanta com outros lugares de Jequitibá. “Sem dúvida o tour deve começar pela Lagoa Pedro Saturnino, o casario, a Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento , a Capela de Nossa Senhora do Rosário, experimentar a cachaça produzida por agricultores locais e sem dúvida participar do evento Festival de Folclore de Jequitibá”, sugere.
O fotógrafo e cinegrafista Brenno Dias põe em ação sua visão mais ampla que possui sobre Jequitibá. De turista, tornou-se amante das artes, do folclore, da culinária e do povo. Logo, se vê “adotado” como filho como se da terra fosse. Motivos é que não faltam. “ O que mais me atrai em Jequitibá é o coreto, a lagoa, a Igreja do Rosário e as manifestações folclóricas. O Festival de Folclore é muito forte! A Sexta-feira Santa, a Paixão de Jesus Cristo! Não contive as minhas lágrimas. Já fui cinco vezes e chorei cinco vezes”, cita Dias.
Multiculturalidade. Raízes do povo brasileiro. Histórias. Preservação da memória de Jequitibá. Todo esse conjunto faz de Jequitibá cidade especial, singular, plural, por todos, para todos. “Isso se faz muito bem com o Festival de Folclore”, afirma, com propriedade, o produtor cultural Alan Keller Figueiredo Jardim.
Suas lembranças pessoais o marcam. Nelas, encontra-se com Jequitibá. “Conhecer Jequitibá é respirar ar fresco, puro, é estar próximo dessa raiz mineira, dessa cultura mineira, do sertão mineiro, do tempero de Minas, da gastronomia, do povo hospitaleiro que Minas tem e Jequitibá é um bom exemplo disso”, declara.
“Eu, inclusive, desenvolvi um projeto junto com o Serpaf que se chama “No Sertão reunindo histórias”, do qual fui o coordenador do projeto. A gente teve muito sucesso na cidade. Eu tive a chance de conhecer inclusive a zona rural de Jequitibá, que carrega muito forte as raízes”, recorda Alan Keller.
Nesta caminhada ele conheceu o grupo de teatro de Jequitibá. “Um trabalho lindo, muito lindo. A história de Jequitibá está muito intrínseca na sua cultura, na manifestação cultural de seu povo, na sua culinária, nas manifestações culturais de seu povo”, revela.
Conta Alan Keller sobre suas experiências na Capital Mineira do Folclore. “Além do Festival de Folclore de Jequitibá, eu tive a chance de organizar o projeto “No Sertão reunindo histórias” com o Serpaf. Este evento marcou muito porque no mesmo lugar a gente teve o grupo de tear dos Maias e as Pastorinhas do Souza, além dos grupos de Jequitibá mesmo. A tradição é mantida de uma maneira muito honesta com o folclore”, diz, com saudade.
“De todas as maneiras, o Festival de Folclore e todos os eventos que Jequitibá vem construindo já me marcaram e continuam me marcando.”, completa.
Assim como pode experimentar a saga literária de Guimarães Rosa em Cordisburgo, as descobertas do naturalista dinamarquês Peter Lund em Lagoa Santa e Cordisburgo, assim como conhecer o começo de Sete Lagoas no Museu Histórico, Alan Keller propõe ampliar o olhar, mirar para o sertão e descobrir, como é dito, que Minas são muitas, Minas são várias.
Jequitibá, porém, é única.