Pais e filhos: sem escolas ainda, mais próximos em cada lar

O que fazer com escolas fechadas em pleno período de pandemia causada pelo coronavírus? Esta deve ser uma das principais perguntas feitas pelos pais a respeito da vida de seus filhos. Não é para menos. Em confinamento, vive-se outra realidade. Atípica. A secretária municipal de Educação de Jequitibá, Clélia Maria Machado aponta o caminho. “Meu principal conselho neste momento é todos se conscientizarem que não estamos em férias, e que é extremamente necessário mantê-los em casa”, afirma. “Em sítios e fazendas é mais fácil pelo espaço que se tem, mas nos povoados e dentro da cidade já é mais complicado”, observa.

A secretária de Educação Clélia Maria Machado

A secretária de Educação Clélia Maria Machado

“Então sugiro primeiramente a estabelecer uma rotina , que seja pelo menos uma hora diária. Tentar estimular e incentivar a leitura, o estudo dos fatos fundamentais, utilizar a internet que já é acessível para alguns a buscar jogos pedagógicos, desafios que envolvem diversos temas como a matemática, a geografia, entre outros”, propõe a secretária de Educação.

Na avaliação de Clélia Maria Machado, também valem “até mesmo os jogos mais antigos que estimulem outros sentidos, como jogos de dama, o Uno, e  o pular corda, que estimula a coordenação motora”, recorda. Cuidado para que os pais não se esqueçam  de que tudo deve ser feito dentro do limite das residências e que envolvam somente os moradores da casa.

JEQUITIBÁ LAGOA CENTRAL

De acordo com a secretária de Educação, “infelizmente ainda não há previsão de retorno das aulas, conforme o Decreto Municipal 023/2020, que determina suspensão das atividades educacionais por tempo indeterminado.” Até 13 de abril será feita  uma análise geral do quadro, para que seja então determinado o retorno ou não das aulas.

“Ressalto que o que está prevalecendo em nosso Município é o prazo indeterminado e esta é uma medida totalmente necessária e cuidadosa com intuito de preservar ao máximo a saúde de nossas crianças desta terrível ameaça chamada Covid 19”, destaca Clélia Machado.

Prefeitura-de-Jéquitibá

Neste momento, quatro escolas da rede pública municipal de Jequitibá estão com suas atividades suspensas. São aproximadamente 530 alunos matriculados. “Estavam frequentes, agora ficam em casa evitando assim, o convívio social escolar”, diz a secretária, justificando o confinamento para evitar a proliferação do vírus.

Outro lado da moeda –  Em Jequitibá não foram muitos os dias letivos devido às chuvas terem danificados demasiadamente as estradas e pontes. Em seguida, vieram os dias em que foi decretado feriado. Assim, as aulas tiveram início com cinco dias de atraso, lembra a secretária de Educação.

JEQUITIBÁ

“Mas no período que tivemos de aula foram de efetivo estudo. Então os alunos têm conteúdos e materiais que são  importantes e necessários  serem revistos e aprofundados, se possível, com ajuda do pais e utilizando recursos em pesquisas em livros ou na internet, para aqueles que têm acesso”, orienta Clélia Machado.

Mas, será que todo o momento de confinamento e de combate ao coronavírus é ruim? Não se pode extrair algo benéfico para pais e filhos? “Este momento às vezes nos causa uma sensação de irrealidade, outras vezes de angústia, mas é um momento que pela primeira vez já vivido pela humanidade temos a oportunidade de nos voltar totalmente para nossas famílias”, frisa a secretária de Educação.

“Penso que Deus está nos mostrando o que é mais precioso. Nós da comunidade escolar sempre pregamos a importância da família e vemos tantas delas sendo trocadas ou colocadas em segundo plano por causa de outros interesses”, analisa. “Agora é a hora de refletirmos e aproveitarmos o momento para estreitarmos ainda mais os laços com as pessoas do nosso convívio familiar”, completa Clélia Machado.

Na visão de uma nova realidade que poderá surgir, a secretária de Educação de Jequitibá sugere hábitos saudáveis. “Vamos conversar mais com nossos filhos, netos, sobrinhos ou enteados, descobrir seus interesses, ver como eles também podem nos ensinar, nos fazer rir”, apresenta.

Para Clélia Machado, a hora é de “brincar com eles, ou no momento que estivermos fazendo uma comida, trabalhando numa roça, ou num quintal, sempre puxarmos uma conversa ou contarmos um caso. Enfim, aproveitar para  amar o presente que Deus nos deu, chamado família”, conclui.

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